Bulletstorm faz-me recordar porque razão entrei para este mundo maravilhoso dos videojogos. Apesar de haver jogos cheios de qualidade – uma boa história, jogabilidade impressionante, visuais incríveis – há uma coisa essencial que nunca pode ser esquecida, a diversão. Afinal de contas, os videojogos são primeiramente uma forma de entretenimento. Foi com base neste pilar que Bulletstorm foi produzido, o propósito deste jogo é ser divertido.
É claro que a definição de diversão não é igual para todos, haverá certamente quem não ache piada nenhuma ao jogo, é por essa razão sublinho aqui que Bulletstorm é destinado somente àqueles que apreciam acção over-the-top, violência excessiva e uma atitude badass.
A influência de Gears of Wars em Bulletstorm é evidente, mas não é uma surpresa visto que Cliff Bleszinski teve o seu dedo no título da People Can Fly, desempenhando o cargo de director do design. O desmembramento dos inimigos, armadura das personagens e outros pequenos pormenores causam um sentimento de deja-vu, no entanto, nota-se que são jogos distintos pois concentram-se em coisas diferentes.
O que garante uma identidade própria a Bulletstorm (e também montes de diversão), é o inovador sistema de skillshots que recompensa o jogador pela sua criatividade e estilo quando matamos os seus inimigos. O número de skillshots ultrapassa uma centena e variam conforme a arma ou elemento do cenário que usamos. Cada arma possui um disparo mais poderoso (Charged) que dá acesso a mais skillshots diferentes.
Para que Bulletstorm possa ser um jogo divertido, têm que entrar no espírito do jogo e usar as skillshots. Se jogarem como jogam os outros first-person shooters será definitivamente aborrecido e perderá toda a sua piada. Usar os skillshots é também uma maneira de tornar o jogo mais fácil pois conseguem arrumar vários inimigos de uma só vez.
Muita da diversão do jogo está em desbloquear uma nova arma e descobrir formas engraçadas de a utilizar, se bem que existem também formas muito violentas, como é o caso da skillshot topless que consiste em cortar o inimigo ao meio. As armas são todas bem diferentes. Algumas delas não são novidade, o revolver, a sniper, a caçadeira e a PMC (Peacemaker Carbine) são claramente inspiradas na realidade. Depois temos outras como a Flailgun e Bouncer Cannon que são fruto da imaginação da People Can Fly. Todas são incrivelmente divertidas de utilizar, contudo apenas podemos carregar quatro ao mesmo tempo, o que torna a escolha difícil.
A leash (uma espécie de chicote) e aquele pontapé que limpa tudo o que estiver à nossa frente são dois elementos importantes na jogabilidade de Bulletstorm. O primeiro permite alcançar inimigos a uma distância considerável e o segundo mandá-los para longe de nós. Mesmo quando as munições acabam, a acção em Bulletstorm não pára ou abranda graças a estas duas ferramentas. Quando pressionamos duas vezes no "X" activamos um deslize (tributo a Vanquish?) que é mais uma forma de ataque ou uma maneira mais rápida de chegar do ponto A a B.
Utilizar constantemente as skillshots não aumenta apenas a diversão, aumenta igualmente a nossa pontuação, que é a moeda de troca em Bulletstorm para melhorarmos as nossas armas.
A história da campanha não é brilhante, mas cumpre a sua função entretendo o jogador e está em sintonia com o estilo do jogo. Sem querer revelar muitos detalhes, em Bulletstorm encaramos Grayson Hunt, o líder do grupo de soldados altamente treinados "Dead Echo". Estes foram enganos pelo General Serrano e agora tudo o que querem é ver a sua cabeça num prato.
Não irão precisar de muito tempo para terminarem a campanha de Bulletstorm, dura em média umas 5/6 horas (o normal nos first-person shooters actuais), dependendo da velocidade a que jogam e do número de vezes que morrem. A acção e diversão cresce à medida que vão progredindo e percebendo a jogabilidade. Vale a pena repetir novamente a campanha, e provavelmente irão ter vontade de fazê-lo (eu tive), principalmente para descobrirem as skillshots que não descobriram da primeira vez. Adicionalmente, existem coleccionáveis, se gostam desse tipo de coisas.
Mesmo estando armados até aos dentes, Bulletstorm desafia-nos ao introduzir novos inimigos. Algures ao longo da campanha encontramos um tipo que esquiva-se da nossa leash. Existe um outro tipo de inimigo que tem a cabeça protegida com um capacete de metal (não há headshots).
O design foi pensado de maneira a que o jogador esteja sempre a ser recompensado, mantendo sempre activo o seu interesse. Fica-se sempre com um sorriso quando descobrimos uma skillshot e vemos as letras brilhantes a dizer "New". Quando pensamos que já vimos tudo, Bulletstorm continua a surpreender através de confrontos épicos com gigantes.
Enquanto estamos no interior dos edifícios, o visual de Bulletstorm não impressiona. O mesmo não pode ser dito quando estamos no exterior. Cá fora os cenários são incrivelmente lindos e exóticos. O efeito um pouco exagerado da luz solar ajuda muito a embelezar tudo aquilo que vemos, transmitindo a ideia que estamos em algum tipo de paraíso. Estava à espera de ver algum atraso no carregamento das texturas, algo que acontece em grande parte dos jogos que utilizam o Unreal Engine 3, mas não verifiquei nada desse género.
Depois de se fartarem da campanha, Bulletstorm oferece outros modos para se entreterem. Um deles é o Echoes, que já tiveram a oportunidade de experimentar na demo. Aqui foram seleccionadas partes específicas da campanha em que terão de tentar pontuar o máximo que conseguirem. A vossa pontuação será colocada na leaderboard onde será comparada com a de outros jogadores. Ao princípio olhava para este modo como uma forma barata de prolongar a longevidade de Bulletstorm, mas acabou por se tornar um vício tremendo competir com as pontuações da leaderboard.
No online apenas existe um modo multiplayer e não é competitivo. Anarchy permite que quatro jogadores enfrentem vagas sucessivas de inimigos. É basicamente igual ao modo Horde de Gears of War. Com a experiência que vão ganhando sobem o vosso nível, o que desbloqueia skins para a vossa personagem. Infelizmente, parece que o matchmaking da versão PlayStation 3 não está funcionar. Das muitas vezes que seleccionei Quick Match não consegui encontrar ninguém. Se tiverem amigos que possuam o jogo, podem criar uma sala e convidá-los. É possível criar uma sala privada e jogar sozinho, mesmo desta forma consegue ser divertido, mas é claro que a diversão aumenta muito mais com outras pessoas. Esperemos que uma actualização corrija o problema em breve.
Bulletstorm prometia diversão e cumpriu de forma exemplar. Mas não só, consegue sucesso distingir-se dos muitos jogos do mesmo género ao introduzir as skillshots, o que lhe garante um certo carisma e uma personalidade muito própria. Outro dos seus pontos fortes é ser um jogo sem compromissos, a jogablidade é fácil de assimilar e a diversão quase imediata. É verdade que a violência excessiva e palavrões fazem parte da essência do jogo, mas Bulletstorm é bem mais do que isso, é um jogo muito bem conseguido.
É claro que a definição de diversão não é igual para todos, haverá certamente quem não ache piada nenhuma ao jogo, é por essa razão sublinho aqui que Bulletstorm é destinado somente àqueles que apreciam acção over-the-top, violência excessiva e uma atitude badass.
A influência de Gears of Wars em Bulletstorm é evidente, mas não é uma surpresa visto que Cliff Bleszinski teve o seu dedo no título da People Can Fly, desempenhando o cargo de director do design. O desmembramento dos inimigos, armadura das personagens e outros pequenos pormenores causam um sentimento de deja-vu, no entanto, nota-se que são jogos distintos pois concentram-se em coisas diferentes.
O que garante uma identidade própria a Bulletstorm (e também montes de diversão), é o inovador sistema de skillshots que recompensa o jogador pela sua criatividade e estilo quando matamos os seus inimigos. O número de skillshots ultrapassa uma centena e variam conforme a arma ou elemento do cenário que usamos. Cada arma possui um disparo mais poderoso (Charged) que dá acesso a mais skillshots diferentes.
Para que Bulletstorm possa ser um jogo divertido, têm que entrar no espírito do jogo e usar as skillshots. Se jogarem como jogam os outros first-person shooters será definitivamente aborrecido e perderá toda a sua piada. Usar os skillshots é também uma maneira de tornar o jogo mais fácil pois conseguem arrumar vários inimigos de uma só vez.
Muita da diversão do jogo está em desbloquear uma nova arma e descobrir formas engraçadas de a utilizar, se bem que existem também formas muito violentas, como é o caso da skillshot topless que consiste em cortar o inimigo ao meio. As armas são todas bem diferentes. Algumas delas não são novidade, o revolver, a sniper, a caçadeira e a PMC (Peacemaker Carbine) são claramente inspiradas na realidade. Depois temos outras como a Flailgun e Bouncer Cannon que são fruto da imaginação da People Can Fly. Todas são incrivelmente divertidas de utilizar, contudo apenas podemos carregar quatro ao mesmo tempo, o que torna a escolha difícil.
A leash (uma espécie de chicote) e aquele pontapé que limpa tudo o que estiver à nossa frente são dois elementos importantes na jogabilidade de Bulletstorm. O primeiro permite alcançar inimigos a uma distância considerável e o segundo mandá-los para longe de nós. Mesmo quando as munições acabam, a acção em Bulletstorm não pára ou abranda graças a estas duas ferramentas. Quando pressionamos duas vezes no "X" activamos um deslize (tributo a Vanquish?) que é mais uma forma de ataque ou uma maneira mais rápida de chegar do ponto A a B.
Utilizar constantemente as skillshots não aumenta apenas a diversão, aumenta igualmente a nossa pontuação, que é a moeda de troca em Bulletstorm para melhorarmos as nossas armas.
A história da campanha não é brilhante, mas cumpre a sua função entretendo o jogador e está em sintonia com o estilo do jogo. Sem querer revelar muitos detalhes, em Bulletstorm encaramos Grayson Hunt, o líder do grupo de soldados altamente treinados "Dead Echo". Estes foram enganos pelo General Serrano e agora tudo o que querem é ver a sua cabeça num prato.
Não irão precisar de muito tempo para terminarem a campanha de Bulletstorm, dura em média umas 5/6 horas (o normal nos first-person shooters actuais), dependendo da velocidade a que jogam e do número de vezes que morrem. A acção e diversão cresce à medida que vão progredindo e percebendo a jogabilidade. Vale a pena repetir novamente a campanha, e provavelmente irão ter vontade de fazê-lo (eu tive), principalmente para descobrirem as skillshots que não descobriram da primeira vez. Adicionalmente, existem coleccionáveis, se gostam desse tipo de coisas.
Mesmo estando armados até aos dentes, Bulletstorm desafia-nos ao introduzir novos inimigos. Algures ao longo da campanha encontramos um tipo que esquiva-se da nossa leash. Existe um outro tipo de inimigo que tem a cabeça protegida com um capacete de metal (não há headshots).
O design foi pensado de maneira a que o jogador esteja sempre a ser recompensado, mantendo sempre activo o seu interesse. Fica-se sempre com um sorriso quando descobrimos uma skillshot e vemos as letras brilhantes a dizer "New". Quando pensamos que já vimos tudo, Bulletstorm continua a surpreender através de confrontos épicos com gigantes.
Enquanto estamos no interior dos edifícios, o visual de Bulletstorm não impressiona. O mesmo não pode ser dito quando estamos no exterior. Cá fora os cenários são incrivelmente lindos e exóticos. O efeito um pouco exagerado da luz solar ajuda muito a embelezar tudo aquilo que vemos, transmitindo a ideia que estamos em algum tipo de paraíso. Estava à espera de ver algum atraso no carregamento das texturas, algo que acontece em grande parte dos jogos que utilizam o Unreal Engine 3, mas não verifiquei nada desse género.
Depois de se fartarem da campanha, Bulletstorm oferece outros modos para se entreterem. Um deles é o Echoes, que já tiveram a oportunidade de experimentar na demo. Aqui foram seleccionadas partes específicas da campanha em que terão de tentar pontuar o máximo que conseguirem. A vossa pontuação será colocada na leaderboard onde será comparada com a de outros jogadores. Ao princípio olhava para este modo como uma forma barata de prolongar a longevidade de Bulletstorm, mas acabou por se tornar um vício tremendo competir com as pontuações da leaderboard.
No online apenas existe um modo multiplayer e não é competitivo. Anarchy permite que quatro jogadores enfrentem vagas sucessivas de inimigos. É basicamente igual ao modo Horde de Gears of War. Com a experiência que vão ganhando sobem o vosso nível, o que desbloqueia skins para a vossa personagem. Infelizmente, parece que o matchmaking da versão PlayStation 3 não está funcionar. Das muitas vezes que seleccionei Quick Match não consegui encontrar ninguém. Se tiverem amigos que possuam o jogo, podem criar uma sala e convidá-los. É possível criar uma sala privada e jogar sozinho, mesmo desta forma consegue ser divertido, mas é claro que a diversão aumenta muito mais com outras pessoas. Esperemos que uma actualização corrija o problema em breve.
Bulletstorm prometia diversão e cumpriu de forma exemplar. Mas não só, consegue sucesso distingir-se dos muitos jogos do mesmo género ao introduzir as skillshots, o que lhe garante um certo carisma e uma personalidade muito própria. Outro dos seus pontos fortes é ser um jogo sem compromissos, a jogablidade é fácil de assimilar e a diversão quase imediata. É verdade que a violência excessiva e palavrões fazem parte da essência do jogo, mas Bulletstorm é bem mais do que isso, é um jogo muito bem conseguido.
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