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sábado, 12 de março de 2011

Análise de Mindjack


Quando peguei em Mindjack pressenti que estava perante algo com uma qualidade duvidosa. Este sentimento foi desde logo confirmado com os primeiros passos/horas no jogo. Sei que devo olhar para todos os jogos da mesma maneira, é o que sempre faço, mas claro está que a primeira sensação conta muito. Mindjack é um jogo que não cativa desde o princípio, muito devido à fraca envolvência inicial e sobretudo pelo seu mau aspecto visual e jogabilidade repleta de erros e equívocos.

Como devem ter reparado, começo desde logo por revelar certos aspectos que marcam o jogo pela negativa, foi uma espécie de desabafo perante tamanha frustração. Esperava um jogo que me surpreendesse pela positiva, muito devido à sua abordagem diferente relacionada com a mecânica de jogo. Como o nome deixa antever, controlamos a mente de diversas personagens do jogo, e até maquinaria bélica. Mas a junção desta concepção com todo o enredo, e sobretudo com a jogabilidade em terceira pessoa, está muito mal concebida.

O jogo tem início num aeroporto no ano de 2031, controlamos um agente da FIA, Jim Corbijn, que tem como missão seguir de perto uma rebelde de seu nome Rebecca Weiss. É durante essa perseguição que tudo tem início. Jim elimina um agente que tenta matar Rebecca, passando a ser considerado como um inimigo da sua própria agência. A partir daquele momento a relação entre Jim e Rebecca passa a ser de cooperação e entreajuda, eliminando tudo o que lhes aparece pelo caminho.
À primeira vista é uma história como outra qualquer, sendo o mote para uma suposta fascinante viagem por um futuro de controlo universal. Mas o que falha mesmo no jogo são parâmetros fundamentais de qualquer "shooter" em terceira pessoa. O jogo tem o que é necessário para ser algo diferente pela positiva, mas problemas gravíssimos de jogabilidade e até de balanceamento de forças, quando outros jogadores entram na luta para nos travar o caminho, colocam um sabor amargo a todo o jogo. Sim, podemos entrar no jogo de outros jogadores de todo o mundo, e estes no nosso, desde que essa opção seja activada pelo mesmo.

É aqui que surgem problemas relacionados com o balanceamento de forças quando não temos ninguém para nos ajudar, pois torna-se complicado avançar na história tendo do outro lado "hackers" a controlar as forças inimigas. Claro que o desafio é outro, e diferente, sendo por vezes muito recompensador lutar contra adversários bem mais capazes que a desoladora IA dos inimigos. Se não conseguimos avançar no jogo, basta desactivar a possibilidade de o "hackearem", ficamos assim mais descansados.

Apesar dos problemas referidos, este é até o ponto mais interessante do jogo, quando hackers entram para nos criar mais dificuldades. De resto, a concepção de entrar nas mentes e controlar diversas entidades passa a ser uma banalidade que por vezes atrapalha na jogabilidade. Depois de inicialmente até lhe acharmos graça, passadas umas horas tudo se torna repetitivo, assustadoramente medíocre, e muito confuso.


A mecânica de jogo é sempre a mesma, andar aos tiros contra vagas de inimigos que tentam impedir a progressão. Em determinados pontos temos lutas contra elementos que podemos considerar como sendo "bosses", são momentos até interessantes que requerem uma abordagem diferente mas nunca muito desafiadora, é sempre muito directo e demasiado óbvio, não existem surpresas.

Estamos perante um "shooter" em terceira pessoa, nota-se uma abordagem ao estilo Uncharted, e até com alguns pozinhos de Resident Evil 5 e Gears of War. Mas são apenas semelhanças, já que o sistema de cobertura e controlo do personagem está longe de ser um bom exemplo do que já foi feito em jogos do género. Existem também muitos problemas com os ângulos de câmara, com os controlos e mapeamento dos botões, o botão para "hackear" é o mesmo para apanhar munições ou outro tipo de objecto, criando muitos problemas quando temos as duas possibilidades ao mesmo tempo.

Outro pormenor estranho está relacionado com o facto de quase nunca morrermos. Se somos abatidos o nosso "fantasma" paira no ar, é quando podemos trocar de entidade, podemos regressar ao personagem original que reaparece miraculosamente depois de ser ajudado, ou entrar na mente de entidades que estão à disposição no terreno de jogo. Nunca podemos entrar na mente de inimigos que estão vivos, apenas conseguimos quando estão à beira da morte, quase inanimados, ou quando estão a ser controlados por nós. Existem dois tipos de "hacks", um coloca os inimigos a lutar ao nosso lado, sendo que temos um limite máximo de entidades a controlar, outro é o já referido quando morremos e passamos para outra entidade.

Os momentos mais difíceis do jogo são quando apanhamos jogadores de carne e osso para animar a festa. Tirando isso, é uma mediocridade em todos os campos, que vai desde a IA fraca, jogabilidade muito defeituosa e para não fugir à regra um grafismo que mais parece um jogo para a PlayStation 2.


Podem achar estranho, mas é mesmo um grafismo demasiado pobre, com texturas fracas e deslavadas, uma gritante falta de "aliasing", paleta de cores pobre onde é tudo demasiado cinzento, o frame-rate por vezes cai a pique, personagens com movimentos pouco convincentes e NPCs que mais parecem robôs. É incompreensível como conseguem entregar um jogo tão pobre a nível visual, muitos jogos conseguem disfarçar problemas em vários campos através de um grafismo atraente, mas este jogo falha em todos eles.

O jogo possui um modo multiplayer, como já devem ter reparado, onde entramos/hackeamos para dentro de um jogo a decorrer. Podemos ser de duas facções, a vermelha para os maus da fita e azul para ajudar quem está do outro lado. À partida parece um modo bem interessante pelas possibilidades já acima referidas, mas é só inicialmente. Com o decorrer do tempo rapidamente chegamos à conclusão que é uma perda de tempo tal é a tamanha confusão. Sinceramente, nem consigo descortinar o que faz este modo presente no jogo.

Mindjack falha redondamente em praticamente todos os campos, desde jogabilidade, grafismo e história. Mesmo a sua componente primordial, que é "hackear", deixa muito a desejar, depois de um entusiasmo inicial e de lhe achar piada passa a ser repetitivo e sobretudo nada entusiasmante. Retirando essa componente, passa a ser um "shooter" banal sem nenhum rasgo de inovação. Finalizando, Mindjack faz tudo mal do que já vimos em jogos do género, por essa razão, e muito honestamente, não o recomendo.

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